Nossa viagem de carro pela França foi planejada com bastante antecedência e aconteceu em Setembro de 2011. Nosso roteiro consistiu em ir ao Monte Saint Michel partindo do aeroporto de Orly, retornar pelo Vale do Loire e de lá seguir para Paris.
Ficamos na dúvida se nos hospedaríamos no Mont Saint Michel, em Rennes ou em San Malo. Resolvemos ficar em San Malo, o que se revelou uma feliz escolha. Alugamos nosso carro pela Europcar (http://www.europcar,com/) ainda no Brasil e, ansiosos por pegar a estrada, conferimos todos os acessórios do carro, assinamos o termo do aluguel, programamos o GPS e partimos em direção a Rouen (132 km) e depois para San Malo (297 km). Não poderíamos deixar de conhecer um pouco da história da heroína francesa Joana D'arc então, fomos primeiro a Rouen. Seguimos pela A13, uma excelente estrada com alguns pedágios. Outra opção seria ir de TGV, levando 3h de Paris até a Gare Saint Malo. Acabamos chegando à noite e, atravessando a cidade, chegamos em nosso destino: San Malo intra muros. Ficamos sem saber ao certo em qual portão poderíamos chegar ao nosso hotel, mas as poucas pessoas que ainda estavam a passear, nos orientaram sem dificuldade.
Saint Malo é uma comuna francesa localizada no departamento de Ille-et-Vilaine na Bretanha a 400 km de Paris. Dos séculos 15 ao 18, muitos navios saíam de seus portos para saquearem os navios no Canal da Mancha com permissão das autoridades locais, desde que o produto fosse dividido depois. Daí a cidade ficar conhecida como cidade dos piratas. Cobravam também taxas dos navios que passavam pelo Canal. Muitos desbravadores partiram em busca de novas terras e entre tantos locais, os mais conhecidos são o Canadá e as Ilhas Malvinas.
O caminho intra muro com suas ruas de pedra escura, mal cabem um carro. Andávamos bem devagar, à procura de nosso hotel. Seus prédios históricos do seculo XVIII, lojinhas fechadas, pequenos hotéis e restaurantes são atrações que não poderiam passar despercebidas.
Reservamos nosso hotel através do Booking (http://www.booking.com/) .O Hotel do Louvre (2, Rue Des Marins, intra muros) está muito bem localizado em uma área central, próximo aos pontos turísticos, possui internet grátis e um estacionamento anexo (importante). Possui um pequeno elevador que imagino ser o menor da França de tão apertado.
Acordamos bem cedinho. Ainda estava escuro, mas não queríamos perder o nascer do sol no porto da cidade. Iniciamos o dia saboreando um dos melhores cafés da viagem. Colocamos nossos casacos e fomos explorar essa pequena cidade-fortaleza. Suas ruelas com pedras escuras e a iluminação discreta faz lembrar os tempos medievais.
Após uma pequena caminhada, chegamos ao portão que dá acesso ao porto e ao estacionamento externo. Imponente, com imagens de santos nos lados superiores da entrada principal e com duas pequenas escadarias que serviam para vigiar a entrada ou apenas para observar o vaivém dos moradores locais. As ruas de pedras são estreitas e os prédios são pequenos e bem conservados com algumas casas com varanda.
Uma outra opção - que não recomendo - é o estacionamento no lado externo, que pode ser coberto ou não (pago).
![]() |
Estacionamento do lado externo. |
Na foz do Rio Rance, St Malo continua sendo um grande centro de velas da Europa. Lindo nascer do sol, tendo de um lado o Canal da Mancha e do outro a cidade que ainda acordava.
![]() |
Esta vista é de cima das muralhas, onde se observa a cidade ao fundo e os pequenos prédios na cidade murada.
|
A 500m de nosso hotel, estava a Catedral de São Vicente onde estão os restos mortais de seu fundador, Jean Bispo de Chatillon, além dos restos mortais do desbravador do Canadá, Jacques Cartier e do corsário René Duguay-Trouin (1673-1736). Uma das maiores proezas deste último, foi a tomada do Rio de Janeiro em 1711. Tornado herói em sua terra, fez da pirataria um produto de orgulho em sua cidade natal.
![]() |
O Château de St-Malo, castelo da cidade, data dos séculos 14 e 15 e fica a apenas uma caminhada do portão central. |
![]() |
Na fortificação conhecida como Tour Solidor, funciona o museu dedicado aos barcos e navegadores que desbravaram o cabo Horn. |
As marés aqui são conhecidas pela rapidez com que aumentam e pelos estragos que provocam nas calçadas e que, por muitas vezes, provocam destruição nas casas próximas. Toras de madeira são colocadas nas praias como proteção, mas com certeza não é um bom local para um banho de mar.
![]() |
Vista do Forte Nacional, cartão postal da cidade, construído por Vauban nos anos de 1600. |
![]() |
Outra porta que dá acesso à Vila e ao Castelo. |
Após a entrada principal, está a praça Chateubriand com o Hotel de Ville e os museus.
Nos restaurantes locais são servidos grande variedade de frutos do mar, principalmente as ostras, pescadas na aldeia vizinha de Cancale. Vale conhecer o restaurante Le Chasse-Maree (rue du Grout Saint-George,4).
Os crepes são imperdíveis e podem ser encontrados nos diversos restaurantes da cidade. Quando salgados são conhecidos como Galletes. Vale uma visita à Creperia la Brigantine (rua Dinan 13).
Saímos bem cedo em direção ao Mont Saint Michel, pegando a N176. Se tivéssemos um pouco mais de tempo, iria conhecer Cancale que fica ate bem próximo, mas fica para outra vez. Saint Malo com suas histórias e suas muralhas vale a pena conhecer. Diria que é imperdível.
Adorando seu trabalho. Curtindo muito
ResponderExcluir