CIVITÁ DI BAGNOREGIO, ITÁLIA. O QUE ACHAMOS.



Seria um grande pecado com nossa memória, fazer um roteiro de carro pela Itália e não conhecer este pequenino povoado Etrusco de mais de 2.500 anos. Foi nossa primeira parada em um roteiro traçado em março de 2013, final de inverno. Localizado ao norte de Roma, Viterbo fica a pouco mais de 100 quilômetros. Na estrada já podemos contemplar a incrível paisagem de Civita, encravada em cima de uma montanha a quase quinhentos metros acima do nível do mar, com suas altas e desgastadas paredes de argila, o que lhe confere um aspecto único e uniforme, uma coloração marrom. Ligada à cidade por uma  ponte de 300 metros de comprimento, a visão é realmente de impressionar. Ao redor, o vale do rio Tibre e, depois, só o silêncio profundo. Me fez lembrar muito o Mont Saint Michel na França, pela sua imponência e isolamento.

Seguimos pela pequena Bagnoregio  e fomos direto ao que nós interessava, Civitá. Como em todo lugar, mesmo os pequenos, os estacionamentos são pagos no parquímetro, um aparelho estrategicamente localizado para pagar o tempo que for utilizar o estacionamento. O ticket tem que ficar aparente no vidro do carro. Quem não desejar prosseguir a aventura, próximo a ponte, existe toda estrutura necessária para uma pequena parada. Agora, quem resolver atravessar aquela ponte... A experiência terá sido inesquecível, inigualável.



Os leões da porta de Santa Maria

Literalmete, irão retornar à idade média. O vento frio e cortante que vem do vale, nos faz tremer, mesmo debaixo de muito casaco. Chegar ao meio da ponte e contemplar o vale abaixo é inevitável. No final, a subida torna-se um pouco íngreme, mas para quem chegou aqui, tudo é pequeno. Logo na entrada, chegamos à porta de Santa Maria, com seus leões. O pequeno vilarejo é de um silêncio muito grande, apenas interrompido por algumas crianças de Roma, que brincavam na frente da Catedral de São Nicolau, aliás, uma enorme praça que, imagino, serve de encontro para a população quando ela estiver na cidade, sim, porque afora as crianças, só vi mais três pessoas. Segundo dados oficiais(Wikipedia), a população no inverno é de apenas doze pessoas no vilarejo. Ficou fácil entender o porque de Civitá ser conhecida como a cidade que morre. O forte vento que por centenas de anos desgastaram as frágeis estruturas  de argila das casas , diminuíram o tamanho do vilarejo e fez também com que as pessoas fossem embora.
Em uma breve caminhada pelo vilarejo, observamos muitas casas com pequenas varandas com flores na janela, alguns restaurantes, inclusive, alguns indicados pela crítica especializada. Para todos os lugares, chegamos sempre ao muro que separa a vila do grande penhasco abaixo.



A Catedral de São Nicolau foi erguida em 1581 e abriga a Bíblia de São Bonaventura e o Santo Braccio, um relíquia de prata do século quinze. A outra igreja é a de Santo Agostinho, com seu interior gótico e com afrescos dos anos 300 e 400.




No interior de uma pequena loja de souvenir, pude observar fotos de Civitá, coberta pela neve do inverno Italiano. Uma paisagem realmente lindíssima. Alí, são vendidos muitos produtos artesanais de fabricação caseira como licor, queijos, azeites e vinhos. Vale uma pequena lembrança.
Ficamos contemplando um pouco a paisagem antes de prosseguir viagem. Valeu à pena.

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