O QUE FAZER EM LA PAZ, BOLÍVIA.


La Paz, sede do governo da Bolívia, é uma cidade diferente e boa para se conhecer . Não é o destino de primeira escolha na América do Sul, mas, com certeza, um local para ser visitado, principalmente para os que gostam de esportes de aventura e história. Ficamos por seis dias ali.

QUANDO IR.

La Paz é uma cidade de elevada altitude . É considerada a capital mais alta do mundo, o que não deixa de ser uma atração, entretanto também pode se tornar uma grande dor de cabeça, literalmente falando. Está a mais de 3.500m de altitude, encravada em um vale, com temperatura média de oito graus. Chove pouco (500mm/ano) e os melhores meses para visita estão entre abril e outubro, onde o clima é seco e com um frio agradável.

COMO CHEGAR

Viajamos para Santa Cruz com a empresa aérea Gol e seguimos com a BoA ( Boliviana de Aviacion) para La Paz. Outra opção interessante é fazer o trecho inteiro com a BoA. Procurem comprar os bilhetes diretamente no site da empresa. Não existe vôo direto do Brasil para La Paz.




CHEGANDO EM LA PAZ.

A viagem, à partir de Santa Cruz, é curta. Cerca de uma hora e muito bonita também. A Cordilheira dos Andes, com seus picos nevados é fabulosa. E a cada viagem, admiro-a ainda mais.
O Aeroporto que serve a cidade de La Paz é o El Alto e encontra-se na cidade do mesmo nome. Distante 14 km da capital, é um aeroporto bem simples e bastante funcional. A foto do presidente, como bom anfitrião, recebe os turistas com boas vindas.



Não é necessário visto para brasileiros. A moeda (Bolivianos - Bs), poderá ser obtida no próprio aeroporto. O câmbio é favoravel a nossa moeda. O Boliviano é quase metade do valor de nossa moeda.
As empresas de aluguel de carro estão próximas ao desembarque. E nossa opinião quanto ao aluguel de carro, seria apenas com a intenção de fazer passeios fora da cidade. Sem esse interesse, não aconselho.
A forma mais comum de se chegar a capital é de táxi. Os preços aqui são bastante acessíveis. Até o centro, custa cinqüenta bolivianos. Em táxi compartilhado, vinte e cinco e, para zona sul, mais distante, sessenta. 

A ALTITUDE

Conhecida também como mal das montanhas ou Soroche. O primeiro impacto ao chegar a La Paz é bem cruel e sofrido. Se já visitou Machu Picchu e Cusco se tem uma boa idéia, mas El Alto e La Paz são ainda mais altos. Astenia (fadiga), dispnéia (falta de ar), náuseas (enjôos), cefaléia (dor de cabeça), inapetência alimentar (falta de apetite), são sintomas freqüentes. Sabendo disso, os locais públicos são dotados de fontes de oxigênio e até chá de folha de coca, para aliviar os sintomas. Estão também  disponíveis nos hotéis. Para os que chegam, uma boa lembrança é o seguro saúde. Não se viaja sem ele e, eis que aqui, nos foi pontual. Uma adaptação de pelo menos três dias é aconselhável.


ONDE FICAR

As acomodações na área central (histórica) têm os melhores preços. À medida que desce para Zona Sul, os preços elevam. Fizemos opcção de conhecer dois hoteis bem avaliados pela crítica, o Stannum e o Casa Grande. Reservamos pelo Booking.com. Gostamos bastante dos dois, sendo o primeiro mais próximo ao centro histórico ( 20 minutos de caminhada) e o segundo, mais luxuoso, porém um pouco mais distante (zona sul).





COMO SE DESLOCAR NA CIDADE

Fizemos de tudo um pouco. Alugamos um carro e o aproveitamos para deslocamentos mais distantes, como Vale da Lua. O trânsito é uma loucura e, por mais incrível que possa parecer, não presenciamos nenhum acidente. É  necessário muita habilidade ali, para não se meter em confusão. O combustível é barato (3.74 Bs) e os estacionamentos são facilmente encontrados, mas, sempre que possível, evitem o centro da cidade. Muito tumultuado.
Os táxis compartilhados, além de atração, são baratos. É uma verdadeira loucura o centro da cidade, principalmente nos horários de pico. Um amontoado de vans, cada uma com sua identificação em relação ao destino. Basta acenar com as mãos e eles param. Andei algumas vezes e achei bastante proveitoso. Paga-se em torno de Bs 3,5. Algo aproximado de um real e meio. No táxi convencional, o preço é acertado previamente, mas geralmente não passa de Bs 80,00, para deslocamentos mais distantes.


O teleférico, além de atração turística, serve de deslocamento para quem está na parte alta da cidade. Considerado um dos mais altos do mundo.
Caminhar, todavia, é  a melhor opção em La Paz, principalmente para quem esta hospedado próximo ou no centro da cidade. As atracões turísticas mais importantes são próximas entre si e o contato com a população é muito bom. Os bolivianos são atenciosos e fazem tudo para te orientar bem.

O QUE VISITAR

La Paz é grande, mas as atrações ficam próximas, pelo menos a maioria. Em dois dias bem aproveitados, se conhece bastante atrações.

. Igreja de São Francisco - Localizada na praça do mesmo nome, fica bem no centro da cidade. Sempre muito cheio de locais e turistas. É o principal monumento da época colonial na cidade. Seculo XVIII. Possui estilo predominante Barroco e em seu interior existem pinturas e quadros da época e muitos detalhes em ouro.Visita imperdível. Estacionar  o carro aqui é bem complicado. Melhor chegar de táxi ou ônibus.




. Convento de Sao Francisco - Anexo a Igreja. Conta a história dos primeiros franciscanos em La Paz (entre 1535-1540), a relação com os índios e invasores espanhóis. A visita é guiada e bem interessante . São observados quadros, esculturas, mobílias e até uma pequena prisão.Um dos pontos altos da visita e conhecer a torre da igreja, com seus sinos e os reservatórios para guardar vinhos. Entrada de Bs 10,00.





. Mercado de Las Brujas - Duas ruas acima da Igreja. Aqui se encontra de tudo um pouco. Escritórios de turismo, hostel, museus e muitas lojinhas vendendo produtos típicos,  lindos tecidos coloridos, estatuetas, comida e muito mais. O segredo aqui é pechinchar em tudo, aliás, como tudo na cidade. Compre sua lembrancinha de viagem aqui.



. Plaza Murillo ( ou marco zero) - Uma praça muito freqüentada e que pode ser acessada a pé. Aqui se encontra a Catedral, o Palácio do Governo e a Assembléia. O nome é uma homenagem a Pedro Domingo Murillo, patriota e personagem da independência boliviana. Fui em uma época bem conturbada, com manifestações populares e restrições para visita. Cheguei no final da tarde e o acesso estava mais tranqüilo.




. Museu da Coca - Também no centro. Mostra curiosidades sobre a coca, inclusive seu uso medicinal.



. Estado de Futebol Hermando Siles - Bem conhecido do público brasileiro, pelas dificuldades relacionadas com a altitude (3600 m ). Possui capacidade para 36 mil pessoas. A praça, em frente ao estádio, é bem curiosa e possui valor histórico.




. Mirador Killi Killi - Em um mesmo passeio se conhece o Estádio de Futebol e o Mirador.  Dali, tem-se uma vista privilegiada da cidade.

. Valle de La Lunna - Localizado a 10 km do centro da cidade. Um dos passeios mais ofertados na cidade e é bem legal. O nome é devido as formações rochosas que se assemelham ao relevo da lua (Bs 15). Fomos de carro e o acesso por uma região de montanha e túneis é bem interessante. De táxi, do centro, custa em torno de 20 Bs.




.O Teleférico - Inaugurado em 2014, possui 3 linhas, com 11 estações. Liga El Alto a La Paz. Funciona bem e é uma atração curiosa. Considerado um dos mais longos do mundo. Custa Bs 3,00.



O QUE VISITAR PRÓXIMO A LA PAZ

. Death Road ( Estrada da Morte) - O passeio mais procurado na cidade. É uma experiência fantástica. De bicicleta se faz um trajeto inicialmente no asfalto e, posteriormente, na terra. Essa última, a verdadeira estrada da morte. Abismos, pedras, neblina, montanhas, cachoeira e muitos riscos. O abismo que faz companhia ao ciclista, deixa a adrenalina a mil por hora. É um grande passeio. Realizamos o passeio com a empresa Gravity e gostamos bastante.




. Passeio a Tiwanaku - Localizado no altiplano boliviano, a 70 km de La Paz, é um passeio imperdível. A história da civilização inca surgiu aqui. Acredita-se que Tiwanaku exista desde 1.500 a.C. É considerada a precursora dos monumentos megalíticos. O ingresso ( Bs 80,00) dá direito a visitar dois museus (Museu Nacional e o Museu litigo) e dois sítios arqueológicos. Fiquei impressionado com o monumento Bennett. É Patrimonio da Humanidade pela Unesco. O acesso  em carro particular custa em torno de Bs 500,00 e, de van e micro-ônibus, Bs 32,00.




. Lago Titicaca - Aproveitando o passeio para Tiwanaku, esticamos e fomos para a fronteira com o Peru. Apenas 15 minutos de carro,  para admirar o lago sagrado e a Cordilheira. As paisagens são fantásticas. Querendo um passeio mais completo, programem-se para conhecer Copacabana e ilhas    (um outro roteiro).


.Passeio as Montanhas - Cercada pela Cordilheira do Andes, seus picos nevados são atrações sempre. Apenas admirei ao longe, mas passeios para conhecer principalmente o Illimani, Chacaltaya (antiga estação de esqui da cidade) estão disponíveis nos escritórios espalhados na cidade e nos hoteis.



ONDE COMER

A gastronomia em La Paz é muito boa. Deixo algumas sugestões.

.Restaurante Gustu - O melhor da cidade. Utilizando apenas produtos bolivianos, é um restaurante premiado e reconhecido como um dos melhores da America Latina. Sua decoração usa elementos locais e é bastante aconchegante, o atendimento excelente, boa carta de vinhos e a comida maravilhosa. Servem apenas sucos. Não há espaço para os softs drinks. O menu degustação (Boliviano) são 14 pratos  ( Bs 900,00). Necessário reserva prévia.



 



.Restaurante Chez Moustache - Francês, no centro da cidade. Ambiente aconchegante, boa comida, prato bem servido.


.Restaurante Yerba Buena - No Hotel Casa Grande, na zona sul. Ambiente requintado, comida deliciosa, bons vinhos.
 


.La Suisse - Bem recomendado e com bom atendimento. O prato de Lagostas com batata estava delicioso.



O QUE ACHAMOS



La Paz possui uma estrutura razoável para turismo, seu centro histórico é compacto, seu povo é acolhedor e possui grandes atrações em sua proximidade. É uma cidade barata, com bons restaurantes e hotéis excelentes. Recomendo para quem gosta de história e esportes de aventura ( bike e montanhas), mas muito cuidado com a altitude.

















Comente com o Facebook: